Representantes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Conselho Federal de Odontologia (CFO) e Ministério Saúde, entre outros especialistas e gestores de saúde, se reuniram no Rio de Janeiro para discutir formas novas de prestação e remuneração de serviços nos segmentos: cuidado ao idoso, oncologia e odontologia.

No encontro, promovido pela ANS no dia 24 de maio, foram apresentados projetos considerados inovadores, de acordo com a agência, que estão sendo desenvolvidos para esses setores. Segundo a ANS, os modelos chamam a atenção para a necessidade de mudanças no sistema de cuidado em saúde, que produzam melhores resultados assistenciais e econômico-financeiros e sejam capazes de garantir a qualidade dos serviços e a sustentabilidade da saúde suplementar.

“A reorganização da prestação dos serviços de saúde e a adoção de novos modelos de pagamento dos prestadores que tenham o usuário como centro das ações ao invés de focar no pagamento por volume de procedimentos ou serviços são medidas imprescindíveis e urgentes”, afirma a diretora de desenvolvimento setorial da ANS, Martha Oliveira.

Ela explica que o aumento da expectativa de vida conquistada nas últimas décadas, a transição epidemiológica – em que prevalecem as doenças crônicas como diabetes, câncer, obesidade e hipertensão – e o processo de evolução tecnológica são fatores determinantes para as mudanças propostas.

De acordo com a ANS, quando se fala em cuidados odontológicos, a maioria dos planos de saúde trabalha com foco na produção de volume de procedimentos, remunerando pela quantidade. Além de não ser sustentável, segundo a agência, essa prática não privilegia a boa atenção clínica. Para mudar esse cenário, o modelo previsto, que vem sendo discutido com o setor há cerca de seis meses, passa a atrelar a atenção e a remuneração aos indicadores de qualidade. A inovação é a busca do resultado em saúde e não da quantidade de procedimentos, destaca a ANS. Veja trecho abaixo, na íntegra, que foi publicado no site da agência:

O arranjo de prestação dos serviços é baseado nas seguintes premissas: divisão dos cuidados em módulos que compõem a prevenção e o tratamento, com utilização de protocolos clínicos; introdução de um gestor do cuidado (navegador) responsável pela coordenação da atenção prestada ao beneficiário; avaliação das ações através de indicadores e medidas de qualidade; utilização de uma medida de qualidade na composição da remuneração do prestador de serviço; e novas formas de comunicar esse novo modelo e agregar valor para o beneficiário e para o prestador.

 

Nessa proposta, 70% do cuidado são focados na atenção básica, onde um profissional de referência é encarregado da atenção. Quando o paciente precisar de atenção especializada (tratamento de canal, por exemplo), é encaminhado para outro profissional capacitado e depois volta para o profissional de referência. Paralelamente, a operadora, como gestora do cuidado, tem um sistema de informação que permite acompanhar o tratamento, verificar a necessidade de retorno e comunicar ao beneficiário. Com isso, é possível fazer o monitoramento tanto da atenção que ele está recebendo quanto da atenção dos prestadores. E os melhores prestadores também são remunerados pela melhor prática.

 

Fonte: ANS