Locais que parecem inofensivos estão cheios de bactérias, como botões de elevadores, teclas de caixas eletrônicos e relógios de ponto biométricos – o que não parece algo novo. Mas objetos assim podem estar também muito próximos ao ambiente de trabalho do cirurgião-dentista e, por isso, é importante ficar atento à limpeza adequada do local, incluindo a recepção de clientes. Sempre que possível, também vale disseminar informações de higiene das mãos a funcionários e pacientes.

O número de bactérias diferentes chama a atenção. De acordo com a Agência USP de notícias, uma equipe do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, da USP, usando uma tecnologia chamada sequenciamento de nova geração, identificou recentemente uma quantidade surpreendente de tipos bactérias em superfícies frequentemente tocadas com as mãos dentro do Hospital das Clínicas (HC) – maior complexo hospitalar da América Latina, ligado à Faculdade de Medicina da USP.

Uma matéria publicada há poucas semanas pela agência diz que métodos modernos de biologia molecular, com equipamentos que conseguem ler rapidamente milhões de fragmentos de DNA ao mesmo tempo, permitem análises antes impossíveis de fazer. O grupo coletou amostras que resultaram na identificação de 926 famílias de 2.832 gêneros de bactérias.

Algumas delas, como a Salmonella enterica e a Staphylococcus aureus, podem ser perigosas, inclusive para pessoas saudáveis, como os familiares de pacientes e funcionários do hospital. Segundo o líder da pesquisa, sabia-se de antemão que o resultado seria um número grande de bactérias, já que o foco foi dado a superfícies de contato de áreas de grande circulação. Mas o resultado surpreendeu pela enorme diversidade de população bacteriana que foi encontrada.

A Agência USP informa que resultados do estudo – publicados no International Journal of Environmental Research and Public Health – foram encaminhados ao HC e a equipe do hospital já se colocou à disposição para fazer as análises novamente para avaliar melhoras na higiene.

O grupo de pesquisadores, a matéria da agência revela, também está planejando iniciar um estudo para investigar o microbioma no sistema de ar condicionado de diferentes linhas de metrô. Senta que lá vem história! Estaremos de olho nisso também.